Na madrugada desta quarta-feira, quatro polícias de Minneapolis foram despedidos, por terem causado a morte de um homem negro, desarmado, que foi imobilizado na rua por um dos agentes com o joelho em cima da sua garganta até ser morto. foi divulgado um vídeo no Facebook que mostra a operação policial e ouve-se George Floyd a dizer: "Não consigo respirar".
A morte deste homem ocorreu na segunda-feira, e na madrugada de terça para quarta, depois de o vídeo ter sido divulgado, milhares de manifestantes foram para as ruas, e um grupo tentou invadir a esquadra de onde eram os polícias que mataram George Floyd, de 47 anos.
Os manifestantes atiraram garrafas de água e outros projécteis, descreve o jornal Minneapolis Star-Tribune. Usando gás lacrimogéneo e armas não letais, polícia com equipamento antimotim tentou dispersar o protesto.
O presidente da câmara Jacob Frey, afirmou "Ser negro na América não deve ser equivalente a uma sentença de morte", visivelmente abalado, citado pelo jornal local, frisando que o agente usou uma manobra não autorizada contra George Floyd. Os polícias estavam a deter George Floyd porque correspondia à descrição de alguém que pagou uma compra com uma nota falsa de 20 dólares.
O mayor de Minneapolis declarou, "Durante cinco minutos, vimos um polícia branco pressionar o joelho contra o pescoço de um homem negro. Cinco minutos. Quando se ouve alguém a pedir ajuda, é suposto ajudarmos. Este agente falhou no sentido mais básico, mais humano". George Floyd morreu já no hospital.
Na terça-feira de manhã, o chefe da polícia de Minneapolis tinha anunciado o despedimento destes quatro agentes, e ao mesmo tempo revelou que, a seu pedido, o FBI vai investigar o que se passou. O mayor, no entanto, disse que, seja qual for o desenlace da investigação, o factor raça foi importante na morte deste homem em custódia da polícia. Foi Jacob Frey que anunciou o despedimento dos polícias no Twitter. "Esta é a decisão certa", afirmou.
Philonise Floyd, irmã de George Floyd, disse à CNN, "Deviam ser acusados de homicídio, tiraram uma vida, merecem ser condenados à prisão para toda a vida".
A estrela de basquetebol Lebron James partilhou no Instagram uma imagem do polícia com o joelho em cima do pescoço de George Floyd lado a lado com outra do jogador de futebol americano Colin Kaepernick, ajoelhado, e a legenda "compreendem porquê. Kaepernick ajoelhou-se quando tocou o hino dos EUA, num protesto contra a injustiça racial e a violência policial que gerou tanta polêmica que acabou desempregado - até o presidente Donald Trump se meteu ao barulho com os seus twettes.
O relatório inicial do incidente apresentado pelos agentes que tentaram deter George Floyd menciona apenas que o suspeito resistiu à detenção, e "parecia estar alterado". Dizia que lhe tentaram pôr as algemas e que notaram que parecia "ter sofrimento que necessitava atenção médica", sem esclarecer a origem desse sofrimento , diz o New York Times.
O caso traz à memória o de Eric Garner, morto em 2014 em Nova Iorque, quando foi imobilizado pela polícia numa manobra equivalente, porque estaria a vender cigarros ilegalmente e também dizia aos polícias: "Não consigo respirar."
Via Público
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