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Como ser homo quando se ocupa cargos específicos na sociedade


Encontrei num blog e vi esse título, me chamou a atenção e achei que devia postar, pois ainda tem pessoas com problemas quando elas assumem e não sabem o que fazer. Um leitor fez, enviou esse comentário:

“…juiz, delegado, tem cargos tradicionais e grande responsabilidade social e formadores de opiniões, como fica a sua relação afectiva dentro do contexto e, as dificuldades neles inerentes.”

O autor do blog fez uma avaliação e deu um exemplo por parte dele, contando o que ele passou:

Bem essa é uma situação difícil, eu vou começar dando um exemplo fora do meio gay/homo. Eu tenho um amigo que surfava muito bem, mas começou a estudar direito, se formou, hoje ele não surfa, nem quando tem folga. A resposta dele é que agora é um homem sério e não pode fazer essas coisas. Acabou misturando o advogado com o homem comum, se esqueceu de se despir do personagem advogado, e deixou que ele invadisse as suas horas de lazer e vida íntima.

Meu pensamento sobre isso é que as pessoas se deixam levar pelo que a sociedade quer, às vezes por falta de base de pensamento, ou por medo de serem recriminadas. Eu até dois anos atrás trabalhava junto a um grupo que atua na sociedade, mas eles começaram a me pressionar a ser quem não sou, desde deixar de usar isso ou aquilo, e até chegaram a invadir a minha vida, no caso de eu ser homo, até falavam que eu fazia programa. (prostituir-se)

O que eu fiz? Abandonei eles, larguei o emprego com eles, perdi dinheiro sim! Perdi. Mas não perdi os meus valores, a minha dignidade, a minha liberdade.

Eu sei que muitos sonham em ocupar cargos públicos, serem juízes, promotores, e têm medo que a sociedade os julgue se descobrirem que é homo. Aqui no Brasil as coisas são mais complicadas. Mas em outros países, há primeiros ministros gays, prefeitos de cidades (presidentes das câmaras) importantes gays, e nada muda, o ser homo nada tem haver com o ser público, o que você tem intimamente em seus sentimentos não invalidam a sua competência, adquirida profissionalmente ou por acumulação de funções.

As pessoas dizem, há eu não quero que meu filho seja atendido por aquele pediatra gay, mas não muito distante, e até hoje, tem muita gente que não quer ser atendida por um médico negro, nordestino e etc.

Se você tem um carácter firme, é profissional no que faz, e se um dia descobrirem que você é homossexual, certamente ficaram intimidados até contestar. O negócio é você mostrar que é competente, é capaz, agir da melhor maneira possível. Eu tento fazer assim nas atividades que exerço.

Eu sei que não é fácil isso, tem muito promotor, juiz e gestor público que tem medo de ter uma vida afectiva, até se mutila intimamente, deixando de ser o que é, só porque a sociedade acredita que eles só serão capazes se forem heteros. O mundo está mudando, o Brasil anda a passos lentos neste sentido, mas creio que as coisas tendem a avançar.

Mas o importante é você se manter firme nas suas convicções, ser justo com o mundo, e mostrar que tem capacidade de exercer o cargo que for, sendo negro, nordestino, gordo, homossexual, mulher, do interior, etc. Vamos romper os esteriótipos, que a sociedade hetero e gay querem criar do que seriam pessoas perfeitas, do padrão correcto. Vamos conjugar a diferença e a diversidade.

Essas foram as palavras que o autor do blog que eu vi escreveu, realmente o Brasil anda a passos lentos, digo isso pois vivi 23 longos anos e sei o que é passar por uma situação dessas. Espero eu que por cá na Europa não seja tanto assim como no Brasil, apesar de que muitas coisas por cá já mudou muito.




 

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