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A cura da traição – de Fabiano Santos interpretado por Jackson


Olá pessoal, meu nome é Jackson, tenho 23 anos, moro sozinho em um apartamento no Pina em Recife – Pernambuco. Trabalho em um Call Center e vou cursar próximo ano a faculdade de publicidade. Não sou um gato, mas também não sou feio, apenas atraente e gostoso. Sou moreno claro, olhos castanhos, cabelos curtos e tenho 1m e 73, 76 k, minha barriga é natural (não obesa e nem tanquinho), tenho um peitoral e braços fortes. Enfim sou um cara atencioso, romântico, sincero e fiel.

Este ano eu passei por uma fase emocional trágica nunca ocorrida na minha vida. Desde os meus 16 anos, eu fui feliz e me considerava o homem mais amado e realizado do mundo, porque eu e David (falecido pra mim) éramos um só coração, em tudo a gente se completava e combinava, nunca brigamos, só tivemos pequenas discussões, normal em um casal apaixonado.

Eu tinha também um amigo que era como um irmão pra mim: o Talles. Fomos criados juntos, na infância aprontávamos milhões de travessuras, éramos os pimentinhas, assim chamavam-nos os nossos familiares. Nossas mães infelizmente continuam sendo amigas, mas também elas não têm nada haver com as discórdias que a peste do Talles anda aprontando. É gente eu confiava muito no Talles, colocava a mão no fogo por ele e nunca imaginei que ele teria coragem de fazer isso comigo. Pois bem, dia 11 de agosto: eu, David, Talles, Evandro (um drogado safado que eu não fui com a cara dele desde o primeiro momento que o conheci, neste dia disse ele que estava apaixonado pelo Talles, mentira, sua beleza não influi e nem muda minha opinião) fomos para a boate metrópole. Chegando lá começamos a beber, dançar, enfim curtir a “night”. Evandro encontrou uns amigos dele e foi para o banheiro cheirar “lóló”, depois disso não vimos mais ele, a prova que ele não estava nem aí para o Talles.

Com o desprezo de Evandro, Talles perdeu o ânimo de dançar e foi sentar-se no sofá, totalmente arrasado, e olhe que ele nem namorava o Evandro. Percebi a tristeza em seu semblante acompanhada de lágrimas. Enquanto David foi buscar mais bebida pra nós, fui até Talles, sentei ao seu lado e comecei acalma-lo, dizendo que se iludir por Evandro não vale à pena, ele é um rapaz de família, trabalha, estuda, mas infelizmente é viciado em drogas.

Conversamos bastante, até que ele se animou e disse que não adiantaria está derramando lágrimas por quem não merece, ele deu uma pausa, respirou fundo, e falou com sinceridade fitando-me: – A partir de agora Jackson, tô nem aí para os outros, vou correr atrás do que eu quero e quem não gostar, que se dane.

Com a minha ingenuidade de amigo confiante, nem dei de conta que ele estava se referindo a mim. Neste momento David chegou com as bebidas, entregou uma a mim e outra a Talles. Ele sentou-se do lado dele dando a maior atenção, enquanto eu bebia e curtia a música que rolava deixando os dois conversarem. Depois de aproximadamente vinte minutos de conversa, eles levantaram-se e disseram a mim que iriam falar com o DJ e já voltavam; que seria rápido e não teria necessidade de eu os acompanhar. Concordei, pois eu não estava afim mesmo de ir, mas se eu estivesse iria e pronto (pena que eu não estava com essa atitude nesse dia).

Passou-se uma hora e nada de David e Talles aparecer, fui até o camarim do DJ e ele me falou que nem conhecia esses caras, procurei por toda a boate, inclusive o banheiro que rolava uma orgia total. Não os encontrei. Fui até a portaria e meu coração dilacerou quando o segurança me falou: – Ah! Tô ligado! Faz meia hora que um casal apressado pegou um táxi e foi embora, era um ruivo de camisa xadrez (Talles) e um cara branco de cabelo moicano e camisa branca com um colete preto (David).

Uma amargura tomou conta de mim, eu tentava me convencer que aquilo oque o meu pensamento dizia; era mentira, algo teria acontecido e David e Talles não quiseram me contar, percebi as lágrimas rolando sobre o meu rosto involuntariamente. Tentei ligar para os dois, mas seus celulares estavam na caixa postal.

Peguei um táxi e fui pra casa atordoado, isso foi por volta das três e meia da madrugada. Não conseguir dormi, e às seis e meia da manhã peguei minha moto na garagem do edifício e fui direto pra casa de David, que reside em Santo Amaro. Ele mora com seus pais, por ironia do destino eles não estavam em casa. Chamei por David umas vinte vezes e nada dele aparecer. Comecei a chorar, não tinha dúvidas eu fui traído por meu amor e meu melhor amigo. Furioso bati no portão com violência, acordando a vizinhança, uma mulher equivocada saiu pra fora reclamando: – Que barulho é esse meu rapaz, se o senhor continuar serei obrigada a chamar a polícia.

Não dei importância pra ela, por pouco não a mandei tomar naquele canto. Por fim David apareceu de roupão com a cara mais cínica do mundo, provavelmente Talles estaria lá dentro, mas não procurei saber e disse exasperado: – Bonito né? Você e o “pica” do Talles foram embora e me deixaram lá na metrópole com cara de “rapariga”. Abre aqui “porra” pra gente conversar.

Eu estava fervendo de raiva, assim que ele abriu o portão fui com o punho cheio no meio da cara dele, nos agarramos e a briga foi feia, isso tudo na varanda, o marido da mulher que reclamou do barulho veio nos aparta.

Fiquei com meu nariz ensanguentado e David com o olho roxo e hematomas. Toda a vizinhança acordou, o marido da mulher me puxou pra fora da varanda e outro rapaz segurou David que gritava totalmente aborrecido: – Desaparece da minha vida seu “caralho” nunca mais eu quero te ver idiota, pra mim já deu seu ignorante.

Eu gritei explodindo de ódio: – Eu é que não quero mais te ver seu “veado safado”, vai você e o “cuzão” do Talles pro inferno, “lasquem-se” seus “filhos da puta”.

Quem não sabia que eu e David éramos namorados, ficou sabendo neste dia.

Na moral, eu fiquei fora de mim, sair de lá aturdido e fui direto pra praia de Boa Viagem, pensei em ir numa favela atrás de uma arma ou alguém que assassinasse o David e o Talles, eu pagaria. Mas respirei fundo e “deletei” essa ideia do meu pensamento. Na mesma hora tive outra ideia: corta-me e jogar-me no mar para que um tubarão aparecesse e me devorasse. Exclui também essa.

A praia estava tranquila, quase sem ninguém, sentei-me desesperado na areia olhando para os lados como um louco, não conseguia parar de chorar. Poxa velho! Isso é inacreditável, meu melhor amigo, aliais, um irmão me trair dessa forma tão mesquinha e descarada? Analisei aos poucos que os dois já havia tendo um caso as minhas costas, e temiam me contar por pena, como são covardes.

Levantei-me e fui até o mar, mas não estava pensando em me suicidar. Entrei com roupa e tudo, a maré estava baixa, fiquei onde a água cobria o joelho. Admirei aquele “marzão” por uns quinze minutos; depois olhei para minha mão direita e reparei que algo que entre laçava a minha vida com a de David permanecia ali agarrado em meu dedo: a aliança de prata. Imediatamente a puxei com ódio e arremessei longe contra o mar. Depois fui pra casa.

Chegando em casa tomei um banho com água fria e me joguei na cama arrasado, só acordei ás 16:00hs, comi alguma coisa, tomei um calmante e voltei pra cama, acordando na segunda-feira às 9:00hs.

Liguei para o meu trabalho avisando que eu estava impossibilitado de comparecer, mas que na terça-feira estaria lá com certeza. Como eu estava péssimo, num estado nunca presenciado em meu corpo, fiquei como um zumbi em meu apartamento, com o olho inchado de tanto chorar. Resolvi então desfazer de todas as coisas que representava a presença de David. Comecei pelo meu quarto; abrir o guarda-roupa e joguei no chão todas as roupas de David (ele estava trazendo seus pertences aos poucos, próximo ano ele viria morar comigo e iríamos nos casar no cartório). Peguei também as roupas que ele me deu de presente, enfim tudo oque tinha dele e oque ele tinha me dado fiz um arsenal e levei pra sala, joguei no chão e fui para o meu escritório. Abrir o armário e retirei todos os livros de romance que ele me deu, fechei e passei para a estante jogando no chão todos os CDs, DVDs e blue-rays, afinal todos marcaram a nossa história, não valeria à pena ficar com nenhum deles. Peguei uma caixa vazia na área de serviços e coloquei tudo dentro incluindo álbuns de fotografias digitais e manuais. Liguei o computador e formatei, levou horas, mas eu tive paciência. Retirei de todo o apartamento os porta- retratos, principalmente o banner de 1m quadrado de nós dois que decorava a sala (lembrança dos nossos cinco anos de namoro). Quando percebi uma montanha de bugigangas ficou no meio da sala. Desci com toda essa tralha e deixei em frente do edifício para que o carro do lixo levasse, subi; tranquei a porta; encostei-me a parede e escorreguei até o chão; sentei e chorei muito, soluçando. Era como se eu acabasse de arrancar um pedaço de mim, infelizmente eu tive que fazer isso, continuar com as lembranças de David no meu apartamento, seria pior… (desculpa pessoal, mas eu preciso fazer uma pausa, está difícil continuar escrevendo com as lágrimas caindo no teclado).

Obrigado pela compreensão, mas chega de tédio, vou prosseguir para chegar à cura dessa terrível traição.

Na terça-feira fui trabalhar péssimo, mal falei com os meus colegas de trabalho, e pedi por gentileza que a Gabriela Manotti (parceira de bancada) fizesse umas planilhas pra mim, eu estava 100% sem paciência para fazer aquilo. Fui até o DP solicitar a antecipação das minhas férias para setembro, e falei o motivo. Por eu ser um coordenador exemplar, aceitaram o meu pedido numa boa.

Até o dia primeiro de setembro foi um pesadelo: perdi o apetite e uns dez quilos. Não conseguia parar de pensar no que fizeram comigo, e o pior de tudo foi perder o amor da minha vida de um dia para o outro. Minhas noites eram mal dormidas, e o pensamento de no caso David querer voltar e se eu iria aceitar, me atormentava. Por mais que ainda o amo ao mesmo tempo tenho ódio, e caía um raio em cima de mim que o não perdoo. É muita ousadia jogar pra trás tudo oque passamos juntos. E Talles? Assim que eu ver ele, vou quebrar aquilo que ele chama de cara. Queria muito entender oque o David viu em Talles? Eles não têm nada a ver um com o outro, e Talles não é bonito; é magro, sem bunda, cheio de espinhas, parece um macaco loiro, cheio de pelos.

O depressivo mês de agosto passou, e no sábado, um de setembro eu viajei para a chácara da minha vó que fica em Brejo da Madre de Deus no agreste pernambucano. Lá mora minha vó; meus tios Jairo e Rute; meus primos Roberto, Guga e Thalita. Desde 2006 eu não vou lá, acho muito chato e parado. Mas eu precisava ir para um lugar assim, se eu ficasse no Recife era certo que iria entrar em depressão.

Ainda bem que essa viagem repentina deu certo, minha vó, meus tios e os primos me receberam de braços abertos, quando eles perguntaram se eu tinha casado ou estava namorando, eu inventava uma história maluca que estava (eles nem sonha que a minha orientação é por pessoas do mesmo sexo, só meus pais e meus irmãos que sabem, mas não comentam e me respeitam numa boa). Matei a saudade da infância comendo as delicias da minha vó, e levando bronca, pois eu e meus primos continuamos com a gandaia que fazíamos quando erámos moleques. Isso só acontecia no domingo, pois de segunda a sábado meus primos estavam trabalhando no centro da cidade.

Eu não apaguei David da minha vida, mas tudo oque passei na chácara da minha vó, fez com eu me distraísse e esquecesse-o.

Sábado, 29 de setembro, às seis da manhã minha vó preparou uma cesta com lanches e bebidas, e eu fui fazer trilha numa mata que fica a um quilômetro da chácara.

Cheguei numa barragem enorme e profunda que se finaliza numa represa com extensão de três quilômetros (tipo um rio). Apesar da seca, a barragem transbordava e sua água é límpida e cristalina. Caminhei por meia hora numa estrada de terra e entrei numa mata que dava para a margem da represa. Andei mas um pouco até umas rochas localizadas também na margem, lá seria melhor para eu ficar sem ser perturbado, que bobagem, quem haveria de me perturbar num lugar onde só se escutava o barulho dos pássaros?

Quando cheguei ao outro lado das pedras, deparei-me com um rapaz de sunga sentando em uma das rochas, de costas para a mata, com um fone no ouvido e pescando. Confesso que me assustei e tive medo, vai que ele seria um mau elemento. Parei e fiquei pensando se eu voltava ou ficava ali mesmo. Ele ainda não tinha percebido a minha presença, observei uma bicicleta encostada no tronco de uma arvore e uma mochila vermelha com detalhes preto. Aproximei-me dele e dei “bom dia” alto, ele tomou um susto e virou-se rapidamente, desconfiado ele respondeu o mesmo e voltou à atenção para sua pesca.

Pensei: “credo, que cara mais chato”. Fiquei dez metros longe dele.

Pela primeira vez na vida achei outro homem interessante, pois eu só tinha olhos pra David (E acho que ainda tenho, não consigo imaginar-me com outro homem, sei lá, deve ser o costume ou a verdade: eu ainda o amo, mas prefiro a morte em vês de voltar pra ele). Pois é, esse rapaz é moreno quase da minha cor, deve ter uns 78k e 1m e 74 de altura; seu corpo têm umas curvas definidas e robustas; cabelos curtos. Achei linda nas suas costas uma tatuagem japonesa que significa amor. Enquanto eu procurava a sombra de uma arvore para colocar a cesta embaixo, dei uma olhada discreta aproveitando que ele estava distraído pescando.

Ele é uma delícia, estava de sunga verde-limão com estampas coqueirais, no elástico se prendia um celular, que provavelmente ele estaria escutando músicas. Sentir meu “pau” se mover dentro da sunga, mas não ficou duro. Coloquei a cesta embaixo de uma arvore próxima da qual estava à bicicleta do garoto, tirei a roupa e fiquei só de sunga laranja com fivelas pretas nos lados. Parei de ficar olhando para o cara, se não eu e a ficar excitado e caso ele percebesse obviamente não iria gostar.

Passei protetor solar no meu corpo, peguei uma toalha e fui para a pedra, estendi a toalha sobre a mesma, coloquei os óculos escuros e me deitei de barriga para cima, o sol ainda não estava quente.

De vez em quando, eu dava uma espiadinha discreta para o gato, ele continuava entretido em sua pesca.

“Nossa! Ele é gostoso” pensei.

Mais de cinco vezes fiz o mesmo procedimento, na última ele me pegou no flagra, virei o rosto rapidamente com o coração a mil.

“Caralho! Ele vai perguntar por que estou encarando-o” pensei.

Não olhei mais e fiquei ali curtindo o descanso, um tempo depois uma voz grossa e pra ser realista “excitante” perguntou: – Você mora por aqui?

Virei-me e respondi: – Não, só estou passando as férias na casa da minha vó.

Ele falou enrolando o nylon na vara: – Pois é, eu nunca te vi por aqui e tomei um susto, tem que conhecer muito essa área pra vim pra cá. Você não tem medo de se perder?

Levantei-me e fiquei de lado olhando pra ele, respondi: – Não! Na infância eu, meus primos e irmãos andávamos por essas redondezas. Nós éramos tão danados que e amos parar lá no antigo engenho.

Ele sentou na rocha próxima de onde eu estava e falou com humor: – Nossa! Dá pra ver que você curte aventuras.

Tirei os óculos para vê-lo melhor e me encantei com sua beleza estonteante, e delirei quando prestei atenção na cor de seus olhos castanhos claros.

Fiquei com os lábios ressecados e molhei-os discretamente, sentir certo desejo, então fiz o máximo possível para que não transparecesse. Sentado respondi a sua pergunta: – Sim, mas faz tempo que não me aventuro.

Ele falou amistosamente: – Legal! Desculpa a maneira que eu te dei bom dia, acho que fui rude, mas é que eu me assustei. Como falei pra você tem que ser muito aventureiro para atravessar essa mata e vim pra cá.

Ele se aproximou mais pra perto de mim, e apresentou-se: – Prazer, meu nome é Walisson.

Ele estendeu a mão para cumprimentar-me. Apertei firme sua mão grossa e macia.

Apresentei-me também: – Beleza Walisson, eu sou Jackson.

Eu estava curioso para saber tudo sobre ele, perguntei: – Você mora por aqui?

Walisson respondeu: – Não, só estou passando este fim de semana na casa da minha mãe, já que minha namorada viajou por conta do trabalho. Eu moro em Petrolina.

Entristeci quando ele falou em namorada, mas fui totalmente discreto matando dentro de mim todas as esperanças de provar aquela beldade exposta na minha frente, sem chances. Dei uma espiada rápida e sigilosa para o pacote no meio de suas pernas.

– E você Jackson, mora aonde? – Walisson perguntou sempre amigável.

– Moro no Recife, e infelizmente amanhã terei que voltar, segunda-feira estarei firme e forte no batente.

Ele esticou as pernas, estendeu os braços pra trás se apoiando na pedra, e falou: – Poxa, você passou um mês aqui e deixou pra fazer trilha no último dia? Não sabe oque perdeu.

– É que eu me lembrei daqui ontem, gostaria muito de vim com meus primos, mas eles estão trabalhando, se eu lembrasse antes, veríamos todos nós. Pelo oque percebi você adora pescar não é? – Perguntei.

– É, mas até agora não peguei nada, estou sem sorte. Outro dia eu peguei um lambari deste tamanho. – Walisson fez o gesto com a mão.

– Que “massa”, você trabalha Walisson? – Indaguei.

– Sim, sou vendedor externo de uma concessionária automotiva. E você Jackson? – Walisson quis saber.

– Sou coordenador de um Call Center. E em novembro vou fazer vestibular para cursar publicidade. – Falei.

– Bacana, eu já estou no segundo período da faculdade de biologia. – Walisson falou.

– Hum! Muito bom, você está fazendo oque gosta. – Eu disse.

– E Você não gosta da faculdade que pretende fazer? – Walisson perguntou.

Francamente, eu acho que ele estava incomodado com alguma coisa, que pergunta mais sem nexo, como é que eu vou cursar uma coisa que eu não gosto?

– Claro que eu gosto, eu quis dizer que oque você está cursando faz parte do seu lazer. – Esclareci.

– Ah tá… Qual a sua idade? – Walisson raciocinou (risos).

– 23 e a sua? – Perguntei.

– 24. E aí “jackão” tu eis casado ou só tá pegando? – Ele perguntou em um tom sarcástico.

Ele entrou em momento delicado, que repentinamente trouxe David em meus pensamentos, troquei o nome de David por Daiana e contei toda a minha história. Pareci um idiota, pois eu contei rindo e me segurando para não chorar, por que se não oque ele iria pensar de mim? Que eu sou um tolo, um corno e é isso oque dar quando se é romântico e sensível? Por mais que tentei, levando meus sentimentos para o humor, foi em vão, deixei rolar uma lágrima e em seguida outras vieram descompassadamente banhando o meu rosto. Ele pulou da pedra que estava para a minha, sentou ao meu lado e me abraçou.

– Desculpa Walisson, mas não está sendo fácil pra mim, estou passando pela mesma dor quando alguém perde um ente querido. – Falei, tentando, mas não parava de chorar.

– “Relaxa velho”, eu nunca passei por isso, mas imagino oque você esteja sentindo. – Ele falou me abraçando forte, quase encostando seu rosto no meu. Ao sentir aquilo fui controlando-me e pouco tempo depois parei de chorar.

Walisson puxou-me pelo braço propondo para que fôssemos tomar banho, dar um fim nessas mágoas passadas e comemorar um novo recomeço. Ele tem uma energia bastante positiva: dá um fim nas mágoas passadas é ótimo, mas comemorar o quê?

Agora vocês vão saber.

Enquanto Walisson entrava na água, fui até a cesta e peguei o celular para olhar a hora: puxa o tempo voa, já eram 10hs23mins. O sol estava a pino, corri para dentro da represa, Walisson mergulhava animadamente.

Dei um mergulho gostoso, a água estava uma maravilha, parei por um instante e observei Walisson nadando, que lindo, ele parecia o príncipe das águas.

Depois de aproximadamente vinte minutos dentro d’água, eu sair, Walisson ficou um pouco mais. Fui até a cesta, peguei uma garrafa com água e um sanduíche, perguntei alto se Walisson queria, ele gritou que não.

Fiquei na sombra comendo o sanduíche, pois era impossível ficar sentado nas pedras, estava quente demais. Assim que eu terminei de comer, Walisson saiu da água e veio para onde eu estava. Sentou-se do meu lado e ficou admirando a represa, ficamos uns cinco minutos em silêncio. De repente ele bate no meu ombro e diz: – Ficou mudo? Esquece essa mulher Jackson, ah! Essa hora ela deve está transando com esse falso do teu ex-amigo.

– É você tem razão! – Arqueei, quase não saía.

Walisson se levantou, tirou a sunga e jogou em cima da sua mochila, disse então: – Vamos agora tomar banho nu?

Meu “pau” começou a se mexer dentro da sunga quando vi o dele, todo depiladinho e molhadinho. Ele ficou me chamando, mas eu fiquei com vergonha, meu pau começou a endurecer, Walisson ficou insistindo: – “Bora”.

Eu disse: – Vai na frente que eu já vou.

Walisson bem na minha frente, com um monumento exuberante, disse: – Então a gente nunca vai sair daqui, por que eu só vou quando você for.

Cada vez que eu olhava pra ele meu “pau” latejava de “tesão” querendo pular pra fora da sunga e eu tentando esconder com as pernas, meus lábios estavam secos.

Walisson insistia: – “Bora” Jackson deixa de “frescura velho”.

Então não liguei para oque ele iria pensar e me levantei, quando ele viu o meu estado se afastou pra trás e falou: – “Porra velho” tu tais de “pau” duro.

Meu “pau” tem 22 cm, é comprido e fino, então pulou pra fora da sunga dez segundos quando me levantei, ele estava duro demais. Já fazia dois meses que eu não transava e nem me masturbava, eu estava sem animo, mas Walisson reativou. Assim que meu “pau” pulou pra fora da sunga, eu a desataquei nos lados e fiquei nuzinho. Walisson falou: – Meu irmão eu nunca fiquei e nem sentir interesse por homens, mas tu tá me deixando excitado.

Seu “pau” ficou duro, deve ter uns 18 a 19 cm, mas ele é grosso, circuncidado e gostoso, com a cabecinha vermelha brilhando. Walisson olhou para os dois lados e me pegou na cintura, chupando o meu cangote bruscamente, apertando a minha bunda, nossos “paus” estavam encostados um no outro, tão duro que parecia que e a estourar.

Walisson tem pegada, me beijou faminto, era como se ele estivesse libertando um animal selvagem dentro de si. Ele deslizava suas mãos sobre o meu corpo, apertava meus peitos e gemia, dizendo: – “Poxa caralho” tu sois gostoso.

Ele segurava a minha nuca enquanto me beijava loucamente, e eu curtindo tudo intensamente, suando de tanto “tesão”. Ele desceu com a sua língua macia e quente sobre meu pescoço, parou nos meus peitos e começou a chupa-los, cada chupada que me fazia urra, ele chupava com vontade e aos poucos foi descendo para o meu umbigo, pegou o meu “pau” comprido que estava a ponto de explodir e começou a chupar a cabecinha, eu estava com tanto tesão que na mesma hora eu expelir um jato forte de gala, muita “porra”, “porra” acumulada de dois meses. Ainda eu estava com os lábios secos, querendo mais. Walisson me posicionou de quatro, lambuzou o seu “pau” grosso e roliço com a minha gala e foi enfiando aos poucos no meu “cú”. Eu tinha acabado de gozar mais estava palpitando de excitação. Enquanto ele oscilava atrás de mim, eu batia “punheta”. Eu estava tão a fim de dar, que mesmo sem camisinha eu não sentia dor, só desejo de mais, mais, mais…

Depois Walisson mudou de posição, eu me deitei no chão, apoiei as pernas em seu ombro enquanto ele metia sem folga, de vez em quando ele me beijava, apertava meu peito e me chamava de gostoso, da mesma forma eu falava pra ele, acrescentando que ele não parasse e que o meu “cú” era todinho dele. Mudei de posição, eu fiquei de lado, ele segurava a minha perna e metia freneticamente. Meu irmão! Aquilo estava gostoso demais, eu acho que fazia tempo que ele não transava.

Enquanto ele me calibrava, sua mão grossa e macia batia “punheta” em mim, deixando totalmente zonzo de tanto “tesão”. Antes de ele gozar, me pediu para que eu comesse ele também, só que eu fui devagar, seu “cú” é apertadinho e também era a sua primeira vez. Não demorei muito, ele já estava a fim de gozar, então respirava alto e gemia e por fim disparou um jorro quente de gala sobre meu peito, masturbando-se e espalhando sobre o meu corpo. Depois foi a minha vez de gozar novamente, só que desta vez não teve tanta gala como na primeira. Pedi para que ele ficasse de quatro para eu gozar sobre seu “cú”. Assim aconteceu, jorrei sobre aquele “cuzinho” vermelhinho e depilado, espalhei o gozo em toda sua bunda macia e durinha, deslizando a mão para as suas coxas grossas, ele ficou de frente, eu apertei seu “pau” e nos beijamos fatigado de tanto desejo. Estávamos suados, vermelhos e extremamente cansados. Melados de gala e areia ficamos agarrados, estiquei o meu braço para a cesta e peguei o celular, eram 12hs14mins.

Do jeito que terminamos a transa, ficamos por uma hora, conversando. Ele me contou que já teve sonhos eróticos com homens e já bateu “punheta” vendo vídeos de sexo explícito entre homens na internet, mas nunca teve coragem de procurar um e transar. Essa é a justificativa para tanto fogo ardente.

Fui sincero com ele, e disse que oque se passou comigo foi com um homem, e seu nome é David. Ele ficou boquiaberto, e agiu com franqueza e sinceridade, dizendo: – Eu gostei muito de você Jackson, mas infelizmente não posso te prometer nada, eu tenho namorada e já vai fazer um ano que estou com ela. Mas podemos ser amigos?

Respondi: – Claro, por que não? “Fica de boa” Walisson, eu não pretendo ter compromisso com ninguém no momento. Jamais eu vou querer me enganar com alguém ou enganar a essa pessoa, apesar do que o David fez comigo, ainda o amo e não há como esquece-lo do dia pra noite como o perdi.

Nisso Walisson me beijou e fomos juntos dar um mergulho, depois lanchamos e às 15:00hs fomos embora, ele até quis me dar uma carona na bicicleta, só que com a cesta não tinha como, então ele foi guiando-a enquanto conversávamos. Quando chegamos numa encruzilhada nos despedimos, ele pegou o número do meu celular, me deu um selinho e seguiu em direção da cidade e eu em outro caminho sentido a chácara da minha vó.

Gente isso foi incrível, Walisson me curou da monotonia que eu estava vivendo por conta de uma dupla traição. Um comentário que eu gostaria de fazer: Eu não estou apaixonado por Walisson (ainda), mas depois que transamos, ele me beijava sempre e fazia carinho no meu rosto; na represa; quando estávamos lanchando e deu aquele selinho na despedida.

No domingo, 30 de setembro, às 13:00hs peguei uma Van com destino a rodoviária de Caruaru, lá peguei um ônibus para o Recife.

Voltei outra pessoa, dei a volta por cima e estou seguindo a vida tranquilamente, reformei meu apartamento, mudei a posição dos moveis para que não exista nenhuma lembrança de David na minha rotina.

Apesar dessa mudança generalizada na minha vida, não foi o fim, dia 29 de novembro saiu o resultado do vestibular e eu fui aprovado em terceiro lugar.

Domingo, 09 de dezembro, eu estava assistindo o jogo, quando o celular tocou e eu olhei pra ver quem era… Adivinhe: Walisson. Apressadamente atendi contente.

– Oi Walisson tudo bem cara?

– Mais ou menos. – Ele falou com sua voz de locutor.

– Oque aconteceu? – Perguntei.

– Eu preciso te ver cara, acabei ontem com a namorada por que não consigo te esquecer, já perdi as contas de quantas vezes sonhei com você. – Ele falou com uma voz trêmula, parecia que estava chorando.

– “Poxa velho” assim você me mata, eu não tenho como ir aí. – Falei com o coração na mão.

– Entendo, então quando eu posso ir para o Recife? – Ele falou ofegante.

– Quando você quiser, as portas do meu apartamento estarão sempre abertas pra você. – Eu disse.

– Dia 24 eu vou pedir uma folga no trabalho, aí dia 22 eu viajo para o Recife e fico até o dia 25, pode ser? Você vai me buscar na rodoviária? – Ele respirava tão alto, parecia que ele estava nervoso.

– Claro! – Respondi preocupado com o seu estado.

– Daqui pra lá a gente combina mais, tá legal? – Ele disse.

– Beleza! – Afirmei.

– Todos os dias agora eu quero entrar em contato com você, e se você ainda ama aquele traidor, eu vou fazer você esquece-lo rapidinho. – Quando ele falou isso, confesso que me derreti todo, foi como escutar o mais belo e precioso hino.

– Você tem MSN? – Indaguei.

– Sim, vou te mandar via mensagem para a gente teclar agora mesmo. – Sua voz agora parecia de felicidade.

– Tudo bem, manda mesmo tá? – Perguntei super interessado.

– Até daqui a pouco meu amor, tenho várias fotos e vídeos pra te mostrar, beijo, te amo! – Agora foi que eu me derreti como uma neve no sol. Puxa fiquei até sem palavras.

– Tudo bem, beijo e… Te adoro!!! – É muito cedo pra falar que o amo também, e essa é a verdade ainda não o amo, só o tempo, o destino e a convivência de nós dois que irá nascer em mim esse precioso sentimento. Ele poderá ser maior do que eu sentia ou não.

Um minuto depois que ele desligou o celular, recebi a mensagem com o seu MSN. Desliguei a TV e corri para o escritório, liguei o computador, abri o MSN e o adicionei. Ele já estava online. Conversamos bastante pela web câm e ele contou tudo oque tinha acontecido desde esse tempo pra cá que não nos vemos, eu até achei que nunca mais na vida eu e a vê-lo. Ele enviou vídeos, músicas e fotos suas. Contei pra ele que meu computador estava zerado.

Depois de conversarmos sobre nossos sentimentos e outros papos bestiais, iniciamos um momento ousado, tirando as nossas roupas e batendo “punheta” um para o outro, matei a saudade daquele “pau” moreninho claro e todo depiladinho. Foi gostoso demais.

E mais gostoso será no natal.

Até lá leitores, aqui encerro com imensa alegria e satisfação.

Lembrando que Walisson foi a cura da traição.

Via Blog Gay Apaixonado


 

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