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Continuação de Chama-me Pelo Teu Nome já está nas livrarias


Estava sendo aguardado a continuação de Chama-me Pelo Teu Nome promovendo o reencontro dos leitores com o amor, o desejo e a mágoa que pode existir quando duas pessoas se apaixonam. O filme Encontra-me vai ser lançado nos cinemas.

No verão e 1983, numa casa do século XVII na Lombardia, Elio é o filho de 17 anos de uma tradutora de alemão e de um catedrático de cultura greco-romana. Quando o assistente do pai, Oliver, de 24 anos, ali chega para completar a escrita da sua tese, o verão dos dois transforma-se numa estação a mais, aquela que ditará o verdadeiro início da vida de ambos. O segundo livro de André Aciman, Chama-me Pelo Teu Nome, levou 10 anos a chegar ao cinema - mas, quando o fez, no festival de Sundance, entusiasmou todos quantos o viram. De repente, começou-se a falar de uma continuação. Encontra-me é a nova continuação.


Era 2017 quando o realizador Luca Guadagnino e os atores Timothée Chalamet, que interpretaram o personagem Elio, e Armie Hammer, que também interpretou o personagem Oliver, elevaram o livro de André Aciman ao estatuto de obra-prima (acabariam por arrecadar um Óscar de Melhor Argumento Adaptado em 2018). Porém, o escritor seria surpreendido. "Não fui a Sundance porque achei que acabaria por ver o filme na televisão" contou ele num podcast do Channel 4 News.

Na noite quando teve a estreia do filme, André Aciman recebeu dezenas de mensagens sobre a influência do filme Chama-me Pelo Teu Nome estava a causar. "Acabei por ir a Berlim e fiquei estupefacto: o filme tinha captado todo o ambiente do livro, respeitando-o completamente - as cenas que tinha sido retiradas não faziam falta ao filme -; o filme tinha captado todo o lirismo do lugar, das personagens, tinha captado a gentileza do pai de Elio, estava tudo lá. Era um filme extraordinário."

A conversa sobre se aquela seria uma história de amor ou uma história de amor entre dois homens começou - mas não para Aciman, que é casado com uma mulher. "Eu escrevi sobre o amor entre dois homens sem me aperceber de que estava a explorar um tabu, porque escrevi sobre esse amor de forma tão simples, harmoniosa e de aceitação que nunca me ocorreu que tivesse de chamar a ela os vilões típicos, as pessoas que matam gays, que os agridem, que os humilham. Eu não queria convidar essas pessoas para esta relação e, para mim, dois homens podem ter uma relação sem se preocupar", disse ele ao mesmo canal.

Sobre o realismo da história o jornalista questiona (poderiam aqueles dois homens, um deles a sair da adolescência, apaixonar-se com a conivência dos pais do mais novo?), responde que, "aquela história devia ser real", e cita Aristóteles para dizer que a arte não deve ser sobre o que acontece mas sobre o que deve e tem de acontecer.

E o que tem que acontecer acontece com muita força: com o êxito veio a fama e com a fama a exigência.
Encontra-me tinha de ser escrito. Dois anos depois da estreia do filme Chama-me Pelo Teu Nome, André Aciman lança Encontra-me, que nos leva ao encontro do pai de Elio, que no primeiro livro ele não tinha nome e agora já tem que se chama Samuel e ao encontro deste com uma jovem, chamada Miranda, num comboio. Encontra-me é dividido em quatro capítulos, como uma sonata de Beethoven e começa com um encontro de Samuel com Miranda, mostrando-nos Elio vivendo em Paris. como pianista, e numa relação com outro homem.

Já no terceiro capítulo veremos Oliver, casado com uma mulher, a despedir-se de Nova Iorque para voltar a New Hampshire, convidando duas pessoas na qual se sente atraído por (um homem e uma mulher) para a sua festa de despedida. Por fim, no quarto capítulo entramos no domínio do spoiler, não revelaremos mais nada.

No Encontra-me encontramos a mesma sensualidade, o mesmo desejo e a mesma urgência de Chama-me Pelo Teu Nome, mas também aprofundamos uma ideia que André Aciman persegue: a de que o amor mais interessante não é necessariamente consensual, não é com certeza perfeito e pode, apesar disso, ser eterno.


Fonte: Via Sabado.pt - By Ângela Marques





 

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