No seu novo livro, ela conta as histórias verídicas de quem sofre por amar pessoas do mesmo sexo.
Durante três anos, a actriz e escritora entrevistou uma centena de pessoas que lhe revelaram como foi difícil assumirem a homossexualidade. Também falou com pais de jovens que admitiram terem reagido mal quando souberam, mas que agora são os maiores defensores dos filhos.
Em O Sexo Inútil, que foi lançado no dia 9 de Março, Ana Zanatti transcreve alguns destes relatos e revela também um pouco da sua história pessoal. “Decidi publicar excertos dos meus diários de infância e adolescência para comparar com o que se vive hoje. Não é muito diferente”, diz.
Na altura, há 50 anos, a actriz procurou respostas num manual sobre sexualidade. “Li que os homossexuais eram pessoas desviadas, doentes. Fiquei em estado de choque.”
O livro visa mudar as mentalidades de uma questão que, apesar de muito falada e reconhecidos direitos como o casamento e a adopção, ainda provoca tumultos nas famílias. “Um dos pais com que falei foi levado ao divórcio porque a mulher rejeitou o filho que era homossexual, insultava-o, e ele separou-se para protegê-lo.”
E há quem, por amor, consiga matar o preconceito dentro de si mesmo. “Um pai disse-me que, há meia dúzia de anos, era extremamente homofóbico e racista. Repetia muitas vezes: ‘Eu, aos homossexuais, matava-os a todos!’. Contou-me que a vida lhe colocou à frente dois grandes testes: tem uma filha que casou com um preto e um filho que é homossexual.”
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